Johnny vai à guerra
Johnny vai à Guerra narra a história de um soldado norte-americano que é atingido por uma bomba no último dia da 1º Guerra Mundial. Mantido vivo apenas para ser estudado por militares, ele vai percebendo, aos poucos, que perdeu seus braços, pernas, olhos, nariz e boca sem saber se está sonhando ou não. Quando percebe que consegue movimentar a cabeça, passa a tentar se comunicar movimentando-a de acordo com as batidas do código Morse.

Para projetar a capa, levou-se em conta que se trata de um clássico que ganhou o status de cult e que precisava ter uma linguagem gráfica atualizada em relação às edições anteriores. O caminho escolhido partiu de um pôster da Primeira Guerra Mundial, de título Your Fatherland is in Danger, Register!, de 1918, do artista gráfico Lucian Zabel.

Fazendo um recorte específico no cartaz, a capa mostra apenas a parte que restou do corpo do soldado, mas sem que isso fique explícito num primeiro contato com o livro.

Entreposto com o título, foi aplicada, apenas em alto relevo, a transposição do título em código Morse, trazendo para o objeto um aspecto tátil que existe na narrativa.

Tanto o recorte da imagem como o código em relevo são elementos que vão fazendo sentido em um segundo momento, quando o leitor avança no texto.

Por fim, a família tipográfica escolhida foi a Paralucent, do designer Rian Hughes (Device Fonts). Uma fonte sem serifa contemporânea, com ótima legibilidade e detalhes que lhe conferem personalidade. Além disso, tem pesos em estilo Stencil, técnica muito utilizada em equipamentos de guerra por sua simples aplicação, um fator decisivo para a escolha do tipo.