Meu pai, minha mãe
Memória e história se misturam e ao mesmo tempo se esquivam no relato semiautobiográfico Meu pai, minha mãe. O livro se passa em 1938 e narra o cotidiano de uma família da burguesia judaica.
Pai, mãe e um filho de 10 anos, chamado Erwin (nome de batismo do escritor), atravessam seus dias entre horas dedicadas à natação e o convívio com outros judeus em férias. São momentos de tranquilidade, em que a iminência de uma guerra e do acirramento da violência contra os judeus é insistentemente subestimada. O exercício de refazer memórias e o reforço das características do idioma hebraico trazem à literatura de Appelfeld seus traços únicos.
Aharon Appelfeld é considerado por Philip Roth como “um autor deslocado de obras deslocadas, que soube se apossar de modo inconfundível do tema da desorientação”.
A capa faz referência à essa afirmação e à narrativa do livro que, assim como a biografia do autor, é um emaranhando de línguas e linguagens, misturando caracteres latinos e hebraicos, que hora se encontram e hora criam barreiras, deixando um rastro de silêncio no verso da capa. Os tons de azul são derivados da bandeira de Israel. Sendo o azul claro, impresso em pantone metálico e o azul em escuro, em pantone sólido. Todos acabamentos do livro seguem esses tons: o tecido onde os cadernos são fixados, as guardas e o fitilho.